Autumn sunrise

Autumn sunrise
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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

09 – Lembranças.

Uma musica calma tocava como se fosse natural, como se fosse meu tocando piano. Aos poucos a musica foi passando de um toque suave para o grave. Na delicadeza de uma rosa, ao doloroso furo do espinho que nela tinha, a musica me tocou de um jeito feroz e ao mesmo tempo envolvente que assim me prendeu a ela.
Um sentimento de medo e fraqueza passava nos olhos de Jake, o seu olha inquieto me deixava atordoada. Não conseguia olha muito mais que um palmo agora diante de mim, a sensação era de que não sentia mais meu corpo. Só existia minha alma, estava começando a ficar desesperada, não tinha forças pra lutar contra essa imobilidade do meu corpo.
Aos poucos tudo ficava mais claro, conseguira ver um pouco mais nítido as coisas ao meu redor.
- Descanse meu amor, foi um longo dia. – Jake sussurrou em meu ouvido afagando meu rosto. – isso vai passar.
Aquilo me deixou mais calma, só a confusão fez-me não relaxar totalmente.
Agora não existira mais forças pra lutar contra toda essa fraqueza em meu corpo e mente, meu corpo se contorcia sobre uma maca gelada, agora estaria em um centro cirúrgico? Gritos se calavam ao chegarem ao final da garganta, não passavam disso.
As dores eram insuportáveis, não tinha mais sentidos. Tudo ao meu redor sumiu em uma fração de segundos, minha visão e audição haviam apagado. A única coisa que senti antes de tudo parar, foi agulhadas e formigamentos em meu corpo e assim a dor cessara. Por um estante achei que teria morrido, mais com um tempo, um ar quente entrava pela minha garganta me ajudando a respirar.
Em fim um grito saio de minha garganta, mais não sei se ouviram. Não sentia dor, apenas estalos dentro de mim, como se meus ossos estivessem sendo esmagados.
Se não morri, é porque estou bem perto disso.
Alguém estava falando comigo, mais não ouvira direito. Arfar, era só isso que poderia fazer para chamar atenção. Meus olhos reviravam e me vi fora do corpo, não podia fazer nada a respeito. Algo estava ligando meu espírito ao corpo.
Com meus sentidos definidos, sentia tudo, não era dor mais agonia. Em pouco, senti-me voltando ferozmente para meu corpo e perdendo os sentidos novamente.
Senti. Senti ligeiras picadas seguidas de uma dor que não sentira antes. Queimava, ardia, era mais intensa que a que tivera à pouco.
E mais ar quente em minha garganta, não havia nada que funcionasse em meu corpo. O ar entrava como numa bola murcha. Era tudo oco.
A dor era atordoante, então me entreguei a ela.
Se não fosse o desespero de Jake não teria me livrado desse pesadelo.
Estava molhada de suor, acordei sem ar e com os nervos a flor da pele.
- Meu amor você esta bem, foi só um pesadelo. ah que susto que você me deu garota. – Jake falou com um tom despreocupado juntando-me perto de seu corpo.
- Beba um pouco de água para se acalmar... – Chiara estendeu a mão entregou-me o copo, ela também estava com a expressão de alivio. Todos estavam se recuperando.
Não estava me lembrando do sonho que tive. Ou seria pesadelo?
Todos estavam esperando que eu falasse. Bibi um gole de água e sorri.
- Bom dia eu acho. Eu estou bem não precisam se preocupar, só preciso tomar um banho.
- Venha eu te ajudo. – falou Chiara pegando em minha mão e me ajudando a me levantar.
- Obrigada, eu estou bem gente.
Jake me beijou na testa e me levantando apoiada no braço da Chiara. estava fraca, como se não tivesse dormido o suficiente. Ou muito.
- Que horas são? – perguntei para me situar no tempo.
- Quase 11 horas. – respondeu Nahuel com o pequeno em seus braços perto da janela da sala.
Então seguimos para meu quarto.
Peguei uma roupa e em alguma passada do olhar pelas estampas, tive um pressentimento bom. Uma lembrança do passado brincando na sala da casa dos meus avos.
Sorri com a lembrança e então peguei a roupa e fui ao banheiro.
- Você esta bem mesmo certo? Vou estar aqui caso precise de mim.
- ok. Licença.
Nada como um bom banho morno para repor energias. Fiquei buscando dentro da minha mente o que teria sonhado. Alem da agonia e do pânico nada me veio em mente.
Me troquei com um certo desequilíbrio, mas me sentia bem.
Fui a cozinha e Jake estava apoiado na bancada da pia brincando com o Álvaro nos braços.
- Tem comida na geladeira. – respondeu Jake aos meus pensamentos famintos.
Peguei a garrafa com o sangue, botei sobre a pia e fui procurar o copo de aço.
- Jake viu meu copo?
- Esta na sala.
Fui pega-lo, não tinha me lembrado de ter levado para a sala ontei.
Botei um pouco de sangue no copo, tomei alguns goles e completei o resto e guardei a garrafa com o resto na geladeira.
- Estou pronta,vamos. – brinquei um pouco com o bebê e logo Chiara veio pega-lo.

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